Tendinites na região do tornozelo e pé

 

Assista o vídeo abaixo sobre tendinite:

 

CAUSAS

A tendinite pode ser aguda ou crônica. Nas lesões agudas, os fatores externos à natureza do indivíduo predominam – conhecidos como agentes extrínsecos ao trauma. Enquanto que nas lesões crônicas, distúrbios extrínsecos e intrínsecos, pertencentes ao indivíduo, comumente interagem.

Exemplos de fatores intrínsecos são: idade, sexo, peso corporal e altura, instabilidade lateral do tornozelo, doenças sistêmicas, vascularização do tendão e a força muscular. Certos fatores extrínsecos também podem provocar a tendinite, como calçados, lesões anteriores e mudanças no padrão de treinamento.

Algumas causas, ligadas à inflamação dos tendões, não poderão sofrer mudança, como idade e sexo. Entretanto, outros fatores podem ser modificados para diminuir as chances de uma tendinite. Veja as mais importantes abaixo:

Sobrecarga
A principal causa de tendinite é a carga excessiva sobre o tendão durante as atividades físicas diárias. Esse fator é decorrente do aumento repentino de massa corporal, ou de exercícios sem preparação muscular adequada. Os tendões são feitos para suportar carga, porém, quando eles ficam sobrecarregados, aumenta-se o risco de lesão.

Quando a musculatura não é capaz de realizar a contração ideal, a tração é conduzida para os tendões em maior quantidade. O estresse sobre o tecido gera micro traumas que, sem o tempo suficiente para recuperação, não conseguem ser inteiramente restaurados. Dessa forma, o tecido perde a resistência em relação à tração, e as micro lesões aumentam. Esse crescimento da lesão provoca a inflamação dos tendões, que leva o nome de tendinite.

Por isso, é importante manter o peso ideal e realizar os treinos progressivos. Uma boa preparação muscular evita a sobrecarga nos tendões e estabiliza melhor as articulações dos membros inferiores.

Desalinhamento articular
A pisada incorreta causa o desalinhamento de tornozelo e provoca a inflamação nos tendões. Com o desvio das articulações, os tendões que passam pela região podem sofrer estiramento ou compressão, dependendo do seu posicionamento em relação ao desvio.

No desalinhamento em valgo do tornozelo, a articulação desloca para dentro. Esse tipo de desvio está ligado à pisada pronada, que é quando o peso do corpo se concentra na região interna dos pés. Neste caso, os tendões que passam pela região interna do tornozelo irão sofrer maior estiramento.

Alinhamento em valgo e pisada pronada.

Tornozelo com alinhamento em varo e pisada pronada

Já no desvio em varo do tornozelo, a articulação desloca para fora. Os tendões que passam na parte externa dessa estrutura tendem a sofrer com o tracionamento excessivo. Esse tipo de desalinhamento do tornozelo geralmente está ligado à pisada supinada.

Tornozelo com alinhamento em varo e pisada supinada

Tornozelo com alinhamento em varo e pisada supinada

O tendão de Aquiles será prejudicado em ambas as condições, qualquer que seja o tipo de desalinhamento. Por conta da direção de tração do tecido, que é perpendicular ao solo, qualquer desvio articular irá interferir no funcionamento do tendão, que está localizado na região posterior do tornozelo.

Formato dos pés
O arco longitudinal do pé tem a função de realizar o amortecimento da pisada. Logo, um pé chato, que tem praticamente toda a região da sola do pé encostada no chão, ou o pé cavo, cujo arco é alto, terão dificuldade para amortecer as cargas que chegam nos pés. Essa sobrecarga pode dificultar o trabalho dos tendões, deixando-os mais expostos a lesões.

Traumas
As lesões por fatores externos, como pancadas e entorses, podem causar o estiramento brusco dos tendões, levando à inflamação desse tecido. Geralmente, quando não produzem sinais intensos, os traumas são negligenciados, o que pode levar a um tratamento inadequado. Quando mal recuperadas, as lesões geram tecidos frágeis que promovem a instabilidade articular – outro motivo causador de tendinites.

Instabilidade
A falta de estabilidade do tornozelo é bem comum em pessoas que já tiveram entorse.
A inconsistência contribui muito para o desenvolvimento da tendinite no local, assim como as lesões prévias. Após um trauma, se houver lesão ligamentar, o tecido ficará fragilizados e a estabilidade articular comprometida, já que estes tecidos são responsáveis por manter a região firme.

Treinos inadequados
Vários estudos correlacionam a tendinopatia com o excesso de exercício. Essa lesão, por conta de treinos excessivos, tem mais chance de acontecer quando algo no treino muda, como a intensidade, o treinamento ou a duração da atividade física. Por isso, ter um bom treinador, que planeje corretamente a progressão dos treinos e corrija os movimentos realizados, é indispensável para evitar lesões.

Principais tendões afetados pela tendinite de tornozelo

– Tendinopatia do tibial posterior: é uma lesão do tendão estabilizador dinâmico do arco. O trauma desse tecido pode causar o desabamento do arco com o valgo de tornozelo, levando à patologia conhecida como pé chato adquirido. A tendinopatia é determinada por sua gravidade e pode incluir imobilização, órteses, fisioterapia;

– Tendinopatia do fibular: muitas vezes é diagnosticada erroneamente. Essa lesão pode causar uma dor crônica na lateral do tornozelo. O tratamento envolve fisioterapia e monitoramento próximo, feito por um especialista, para avaliar se há ou não necessidade de cirurgia;

– Tendinopatia de Aquiles: é frequentemente causada por excesso de treinamento em superfícies inclinadas ou pela baixa flexibilidade da musculatura da panturrilha. É caracterizada por dor no tendão de Aquiles, 4 a 6 cm acima do ponto de inserção no calcâneo. Evidências de estudos clínicos mostram que o fortalecimento excêntrico do músculo da panturrilha ajuda quem sofre com tendinopatia de Aquiles;

– Tendinopatia do flexor longo do hálux: é mais comum entre os bailarinos. Normalmente as pessoas se queixam de dores na região póstero-medial do tornozelo, com caráter transitório – elas começam fracas e pioram ao longo do tempo. O tratamento envolve correção de erros de treinamento físico, foco na mecânica corporal e fortalecimento do núcleo do corpo;

– Tendinopatia do tibial anterior: é uma tendinopatia rara, mas é tipicamente observada em pacientes com mais de 45 anos. Ela causa fraqueza na dorsiflexão do tornozelo (movimento de elevação da ponta do pé). O tratamento dessa patologia envolve imobilização de curto prazo e fisioterapia.

 

SINAIS E SINTOMAS

Pessoas com tendinite apresentam um início progressivo de dor, na região do tendão afetado, que piora com a atividade física. Nos estágios iniciais da doença, a dor é menos intensa após um bom aquecimento ou períodos prolongados de repouso. Já em fases mais avançadas, a dor pode estar presente até mesmo em repouso, apresentando piora com a prática de atividades físicas. Em muitos casos, a lesão ocorre após o envolvimento em um novo esporte ou aumento da intensidade do exercício.

Durante uma avaliação física, o especialista observa a área afetada para identificar assimetrias, inchaços ou atrofia muscular. O enfraquecimento do músculo prejudica a ativação desse tecido, que ligado ao tendão lesionado, pode ficar dolorido ou mais fraco durante a locomoção. Com isso, o movimento articular fica limitado.

Quando o tendão está inflamado, pode-se causar dor através de uma palpação mais intensa ao longo do tecido. É importante observar o alinhamento biomecânico dos pés e tornozelos na posição estática e ao longo do ciclo da marcha para entender o motivo causador da tendinite. Dor em múltiplos tendões ou articulações pode ser a manifestação de uma doença reumatológica (artrite).

Dor no tornozelo

Região da dor no tornozelo

 

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Caso a dor atinja regiões próximas aos tendões, o ideal é procurar um especialista para que ele verifique a origem do problema. Somente após o diagnóstico correto é possível planejar um tratamento eficiente. Para a prevenção da tendinite, recomenda-se:

Método “PRICE”
A sigla vem do inglês e significa: proteção, repouso, gelo, compressão e elevação. Esse protocolo deve ser seguido durante a fase aguda do processo inflamatório, nos 3 primeiros dias.

– Proteção: deve-se proteger a região lesionada de novas possíveis lesões, evitando colocar peso sobre o membro. Para isso, utilize muletas ou bengalas;

– Repouso: é fundamental que o corpo tenha tempo suficiente para se recuperar. Para isso, evite atividades com carga. A movimentação articular é permitida, desde que não gere desconforto.

– Gelo: é recomendado para diminuir o edema (inchaço) e reduzir a dor. A aplicação deve ser feita de 15 a 20 minutos. O gelo tem um efeito clínico reconhecido, que diminui a dor e a inflamação. Acredita-se que seu efeito analgésico está ligado à diminuição da velocidade de condução nervosa, enquanto que o efeito anti-inflamatório acontece por conta da vasoconstrição local e da regulação do metabolismo celular;

– Compressão: utilize uma bandagem elástica para realizar a compressão local. Isso ajuda a evitar o acúmulo de líquido na região e a melhorar a estabilidade articular durante a recuperação do tendão. É importante verificar se a compressão não está restringindo a circulação sanguínea no local;

– Elevação: posicionar o membro atingido para cima ajuda no retorno da linfa e do sangue venoso. O recomendado é que a região fique acima do nível do coração para minimizar as chances de edema. Sem o inchaço, preserva-se a mobilidade articular, e o processo de recuperação do tecido é mais rápido.

Aquecimento
Exercícios feitos com menor carga e intensidade, que estimulam os principais grupos musculares utilizados durante a atividade física, são de extrema importância para evitar as lesões. O aquecimento aumenta a circulação sanguínea, melhorando a resposta muscular e a estabilidade articular. Além disso, a movimentação melhora também a lubrificação articular e o espessamento das cartilagens.

Peso
Os pés e tornozelos sustentam o peso do corpo, e ficam muito vulneráveis quando há excesso de peso. Manter o peso ideal, de acordo com o IMC, evita a sobrecarga das articulações e diminui a probabilidade de lesão nos tendões da região. Procurar um nutricionista e um endocrinologista pode ajudar a chegar no peso desejado.

Exercícios de equilíbrio
Os treinos de equilíbrio melhoram a estabilidade articular, evitando que os pés e tornozelos fiquem desalinhados. Dessa maneira, diminui-se a probabilidade de lesão na articulação, principalmente nos tendões.

Palmilha personalizadas
A utilização dessa interface melhora a acomodação dos pés nos calçados, proporcionando conforto e estabilidade. Além disso, as palmilhas feitas sob medida ajudam a corrigir o desvio e melhorar o amortecimento da pisada, evitando a sobrecarga dos tendões.

Tornozeleira
Existem, no mercado, diversos tipos de tornozeleiras que ajudam a melhorar a estabilidade dos pês e tornozelos. Os mais simples realizam apenas uma pequena compressão no local. Outros modelos mais elaborados possuem talas rígidas para evitar os desvios articulares. A tornozeleira deve ser escolhida de acordo com o nível de comprometimento da lesão e conforme a adaptação de quem irá utilizar.

Calçados
Sapatos com solados muito desgastados podem favorecer o desalinhamento dos pés e tornozelos, especialmente se o desgaste for em uma das laterais. Neste caso, a troca do calçado é importante para evitar as tendinites.

Medicamentos
A utilização de remédios anti-inflamatórios e analgésicos ajuda a conter a inflamação e a minimizar a dor. Devido aos efeitos adversos que a automedição pode causar, o ideal é procurar um médico para prescrever o melhor medicamento.

 

PALMILHAS PÉS SEM DOR® PARA TENDINITE NA REGIÃO DO TORNOZELO E PÉ

As palmilhas promovem o conforto, corrigem possíveis desalinhamentos e ajudam a diminuir as cargas que podem sobrecarregar os tendões dos membros inferiores. Para produzir uma palmilha com maior eficácia e melhor qualidade, a empresa investe em tecnologia. Utilizamos aparelhos de escaneamento, impressão 3D e baropodometria durante todo o processo de fabricação.

Esse processo começa com uma avaliação minuciosa, feita pelos nossos especialistas, que coleta todo o histórico de lesões e todas as características das dores. Os profissionais irão utilizar o baropodometro para saber se há desalinhamento de pisada e sobrecarga em alguma região do pé. O escâner será utilizado para coletar informações como: comprimento e largura dos pés, e a altura e o posicionamento do arco plantar.

Com todos os dados coletados, as palmilhas serão desenhadas para corrigir a pisada e melhorar o amortecimento dos pés. Em seguida, o desenho é transferido para nossa fábrica, onde serão impressos no equipamento 3D, que confere ao produto fidelidade ao projeto e maior durabilidade. Dessa forma, o uso das palmilhas pode diminuir os riscos de processos inflamatórios nos tendões, evitando dores e promovendo o bem-estar.

Palmilha Pés Sem Dor

As palmilhas Pés Sem Dor tratam as suas dores e
proporcionam o conforto que os seus pés merecem.

 

CIRURGIA

Em casos mais graves, com degeneração do tendão, procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para garantir a funcionalidade das articulações. Procure um médico, para que ele faça uma avaliação e escolha o melhor procedimento cirúrgico a ser realizado.

 

CALÇADOS

Os calçados são fatores de extrema importância para a saúde dos pés. Eles podem ser os responsáveis pelas dores no pé, calcanhar e tornozelo. O problema acontece quando:

– O solado é muito rígido, dessa forma, ele não absorve o impacto;

– O calçado é muito baixo no calcanhar e nas laterais, não oferecendo estabilidade para o tornozelo;

– Possuem salto alto, o que diminui o equilíbrio e deixa o tornozelo vulnerável;

– A parte de trás é rígida e aperta a região do calcanhar e do tendão do calcâneo, podendo causar bolhas, inflamação, dor no Tendão de Aquiles e na Bursa.

O melhor para esses casos é usar sempre calçados confortáveis e palmilhas ortopédicas sob medida, que diminuem o impacto sobre os pés e protegem o calcanhar.

 

ESPORTES

No esporte, as tendinites são muito comuns devido aos movimentos repetitivos e a intensidade de treino. Pesquisas tem sido feitas com várias modalidades esportivas, como vôlei, basquete e corrida. Atualmente, há um número crescente de adeptos à corrida, por ser um esporte de fácil acesso sem necessidade de quadra ou time.

Entretanto é importante destacar a necessidade de ter um acompanhamento neste esporte. Muitas pessoas tendem a colocar os tênis e sair correndo pelas ruas, o que aumenta o risco de gerar uma inflamação nos tendões. Erros de pisada e progressão de treino inadequados podem ser percebidos e corrigidos pelo treinador.

 

DICAS E CURIOSIDADES

Todas as dores devem ser avaliadas por um especialista para que o tratamento seja planejado adequadamente. Alguns procedimentos simples podem ser realizados simultaneamente ao tratamento sugerido, com o intuito de agilizar a recuperação.

Repouso
Principalmente durante as primeiras 74 horas de dor, evite realizar atividades que sobrecarreguem a região inflamada. Esse tempo em repouso ajuda o corpo a se recuperar sem passar por grandes estresses. Aumentar o intervalo entre um treino e outro também ajuda a melhorar a dor quando ela não é tão intensa.

Gelo
A aplicação de gelo nos primeiros dias é fundamental para aliviar a dor e conter o processo inflamatório exacerbado. Utilize uma bolsa de gelo sobre o tendão inflamado durante 15 a 20 minutos.

Exercícios
A falta de movimentação durante um longo período pode levar a perda da massa muscular, deixando a articulação menos protegida. Para evitar possíveis lesões, recomenda-se, após os 3 primeiros dias, estimular a movimentação, desde que ela não gere dor. Aos poucos, tente ir ampliando a movimentação.

Alongamento
É normal sentir a diminuição do comprimento do tendão após a tendinite. Isso é uma resposta do sistema de proteção do corpo. Por isso é importante que, durante a recuperação, a musculatura correspondente ao tendão lesionado seja fortalecida e alongada, para aliviar a tensão sobre o tecido machucado. Esse alongamento deve ser progressivo para que a região não seja afetada.